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sábado, 7 de janeiro de 2012

O PEQUENO FILÓSOFO

O Pequeno Filósofo (Gabriel Chalita)





“Simplicidade era seu tema preferido. O pequeno filósofo, quando não falava. Olha e ria sozinho de coisas corriqueiras. O banal tornava-se extraordinário naqueles olhos cheios de esperança. Parecia que ele guardava algum segredo. E que o seu segredo era sagrado.” ( O Pequeno Filósofo – Gabriel Chalita. p.14)


Todos que contemplarem a capa e se ligarem no título verão em suas mentes outro livro: O Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry.
Quem nunca leu O pequeno Príncipe e se maravilhou com as suas páginas? Quem nunca teve raiva só um pouquinho da frágil rosa? Quem nunca pensou em encontrar o pequeno príncipe? Quem nunca quis ter a confiança que o Pequeno Príncipe possuía? Quem nunca olhou para o céu desejando vê-lo? Livros tão belos quanto O Pequeno Príncipe sempre inspiram a escritas de outros.
Em O Pequeno Filósofo de Gabriel Chalita nos deparamos com a simplicidade e sabedoria de um pequeno menino, que embora nunca responda suas perguntas, sempre te leva a enxergar o que estar errado que o que deve ser feitos. Com um simples olhar e sorriso em seus lábios, trás a tona a parte mais esquecida do ser humano, o amor e suas relações afetivas.
O livro é narrado em primeira pessoa. O narrador encontra o pequeno filósofo em um trem. Justamente em um trem, um cenário que lhe é tão familiar. Quando criança, o narrador morava perto da estação de trem, e ele sempre ficava a contemplar as pessoas que estavam na plataforma, observava as chegadas e as partidas, os choros e as alegrias. Este era seu mundo de criança.
O trem nos remete ao mundo da infância do narrador, de suas relações famílias. Sua mãe era muito doente, seu pai possuía uma outra mulher e seu irmão não matinha relações fraternas com ele. Cresceu vendo a fragilidade da mãe que por conta de sua doença não conseguiu oferecer-lhe um colo de materno e que em pouco tempo morreu. Deparou-se com o distanciamento do pai e a insensibilidade de seu irmão. Isso acabou fechando-o para o mundo externo, trancando seu coração para os verdadeiros sentimentos que valem a pena na vida. Até que o levou a separação de seu casamento e o distanciamento de seus próprios filhos.
As estações de paradas do trem também são usas com um recurso para mostrar as diferentes estações em que passamos na vida e não nos damos conta. Em cada estação passada é uma lição aprendida, a observação das ações alheias o levam a refletir sobre suas próprias ações. Como um bom filósofo, nosso pequeno amigo, nunca dá respostas diretas as indagações de nosso narrador, às vezes o leva até a irritação, mas o sorriso do menino supera tal situação.
O interessante é que Gabriel Chalita nos mostra e nos leva a refletir não só sobre as relações e ações humanas de nossos dias atuais, bem como, refletir sobre nós mesmo. O que estamos fazendo com nossas vidas? Leitura agradável e leve que nos leva ao encontro do nosso próprio eu. O mais maravilhoso ainda é descobrir que cada um possui dentro de si um pequeno filósofo e que é só necessários aprendermos a dar ouvidos a ele.

“Ele falava muito das tais estações. No começo, eu achava que eram as estações do ano. Não que não fossem. Ele falava sobre o frio e o calor, falava sobre os ventos e o florir. Aliás, ele falava tanto e tão bonito! Era um filósofo. Um pequeno filósofo. Gostava das perguntas e prestava atenção às respostas. Sabedoria talvez seja a palavra. No início, não dei conta. Ingenuidade me parece perda de tempo. Mas ele não era ingênuo. Ou era? É difícil explicar. Seu modo de ser espontâneo tinha profundidade. Falava de coisas que só sonhando para lembrar. ( O Pequeno Filósofo – Gabriel Chalita. p.9)

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