CONHECENDO MELHOR ANNE BRONTË

Na minha última pastagem falei sobre o livro AGNES GREY, escrito por Anne Brontë e escrevi a seguinte frase: "O interessante do livro é que Anne Brontë parece não se preocupar em escrever de um modo a agradar o leitor. Eu até me atreveria dizer que ela é bem realista, mostrando como é a vida de uma preceptora, os seus obstáculos, desafios, o tratamento dos patrões etc." Só queria esclarecer algumas coisas. Quando usei a palavra realista, usei sem que isso o envolvesse com um gênero literário específico. Só queria demonstrar que ela usa características de sua realidade e experiência para escrever seus livros. 

Por isso decidi transcrever algumas partes escritas pela própria autora no prefácio da segunda edição do seu livro A morada de Wildfell Hall (que já estou lenda. uhuhuuhuh) ASSIM, SERÁ POSSIVEL CONHECER MELHOR A ANNE BRONTË.

pág.5 "Meu objetivo objetivo ao redigir as páginas que se seguem não foi o de apenas entreter o Leitor; nem o de gratificar meu próprio gosto, menos ainda o de agradar-me com a Imprensa e o Público: desejei contar a verdade, pois a verdade sempre revela a própria moral para aqueles que estão aptos a recebê-la. (...)

Da mesma maneira como a história de 'Agnes Grey' foi acusada de carregar de maneira extravagante nas tintas justo naquelas partes que foram cuidadosamente copiadas da vida, como o mais escrupuloso esforço de evitar qualquer exagero, assim, no presente trabalho (A morada de Wildfell Hall) eu me vi censura. (...)

... sustento que é melhor retratá-los como eles realmente são do que como gostariam de parecer. Representar algo mau em seu aspecto menos ofensivo é, sem dúvida, o curso mais agradável que um escritor de ficção pode trilhar, mas seria esse o mais honesto ou o mais seguro? É melhor revelar as armadilhas e as ciladas da vida para o jovem e imprevidente viajante, ou cobri-las com ramos e flores? Oh, leitor! Se houvesse menos desse delicado ocultar de fatos - deste sussurrar, 'Paz,paz!', que não há paz, haveria menos pecado e dor aos jovens de ambos os sexos que são deixados a extrair seu amargo conhecimento da experiência".

pág.6 "Quando sentir ser meu dever falar uma verdade incômoda, com a ajuda de Deus, EU DIREI, embora seja prejudicial ao meu nome e em detrimento do prazer imediato do leitor, assim como do meu."

Agora creio que podemos compreender melhor Anne Brontë. Eu acho que ela tem seus méritos.

Comecei a ler A MORADA DE WILDFELL HALL e o legal em comparação com Agnes Grey é que a expectativa do romance já está presente desde o início do livro, enquanto em Agnes Grey temos que esperar até mais ou menos a metade do livro.

Creio que por hoje seja isso.!!!